quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A escola, nosso retrato social


Nossa sociedade após anos vivendo sobre um regime de ditadura, vive um fenômeno controverso após a abertura política. Se antes o nosso câncer era a falta de diálogo e liberdade para se expressar, hoje em dia vivemos em um excesso de liberdade que se traduz em falta de regras e limites. Perdeu-se o respeito e o zelo por entes essenciais para uma vida social organizada, como a família e a escola. Os pais parecem ter medo de dizer “não”, e a maioria está ausente devido a sua necessidade de trabalhar e coloca na escola a responsabilidade pela criação de seus filhos. A escola por sua vez em sua estrutura não está mais preparada para controlar seus alunos, pois não conseguiu criar métodos disciplinares modernos que não relembrem as punições arcaicas praticadas no passado.

Professores e funcionários das escolas todos os dias são agredidos verbalmente e até fisicamente nas escolas do país, e carecem de um amparo legal para protegê-los, não há métodos punitivos e nem educativos rigorosos para os alunos, que na maioria das vezes se valem da certeza da impunidade para praticar seus atos indisciplinares, e que fica no meio desta guerra são principalmente os professores, que muitas vezes quando tentam punir algum aluno por indisciplina não encontram apoio da diretoria da escola, são atacados pelos pais de alunos e acusados de radicais. O professor acaba ficando de mãos amarradas pois não tem o suporte adequado como psicólogos e orientadores educacionais, e no entanto precisa de controlar os alunos para conseguir administrar suas aulas.

A solução para este problema não está só na escola, muito pelo contrário, a escola não pode ser vista como principal e único agente educador, mas sim como um auxiliar, pois os principais responsáveis pela educação das crianças são os pais e a família, a sociedade precisa reaprender a dizer “não” para seus filhos, a impor regras e limites. Por outro lado o governo precisa valorizar e preservar o ambiente escolar, investindo em preparação, aprimoramento e contratação de profissionais para auxiliarem os professores no quesito disciplina, é preciso saber que castigar não é o único método de se disciplinar o aluno, mas também precisa saber aplicar punições eficazes nos casos necessários. E a sociedade como um todo precisa aprender a zelar pela escola e não tolerar atos ofensivos e agressivos contra os professores e funcionários casos extremos como agressão física e ameaças têm que ser tratados com rigor, e isso só acontecerá se a sociedade exigir e apóia-los, do contrário em um futuro bem próximo será impossível de um professor conseguir exercer seu tão brilhante e essencial papel de educador.

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